DRE na Contabilidade: o que é, função, estrutura e como fazer


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DRE na Contabilidade: o que é, função, estrutura e como fazer

Você consegue responder agora, com exatidão, quanto lucro sua empresa gerou este mês? Caso não consiga, então temos um problema. Você está guiando sua empresa no escuro se não tem uma DRE na contabilidade clara e precisa.

Serviços contábeis: quais são os principais e a sua importância!

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório financeiro que ajuda a ter uma visão nítida do real desempenho econômico de um negócio, como um mapa que mostra para onde o dinheiro vai e de onde ele vem. 

Sabe onde está e para onde foi cada real? Sinto dizer que, sem uma DRE aliada à contabilidade, você apenas acha que sabe.

A DRE detalha a saúde financeira da sua operação em um período específico, exibindo receitas, despesas e lucros – ou prejuízos. Sem ele, gestores e empresários estão condenados a tomar decisões com base em palpites, enquanto os concorrentes usam dados sólidos.

Neste artigo, explicamos as principais funções da Demonstração do Resultado do Exercício, sua estrutura e por onde sua empresa deve começar a fazê-la.

Qual a função da DRE na contabilidade?

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um documento que não é opcional para grande parte das empresas brasileiras. De acordo com a Lei nº 11.638, vigente desde 2007, todas as empresas, exceto MEIs, devem apresentar a DRE anualmente. 

Elaborada exclusivamente por contadores registrados no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), a DRE fornece, principalmente, dados fundamentais para atender às exigências fiscais, entre elas o cálculo correto de tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) e a comprovação da compatibilidade entre os resultados da empresa e os rendimentos declarados pelos sócios no IRPF.

Mas a DRE na contabilidade não se limita a cumprir a lei. Ela é o ponto de encontro entre a transparência financeira e a gestão eficiente. 

Empresas que adotam a Demonstração como relatório gerencial – em periodicidades mensais ou trimestrais – disponibilizam insights valiosos para que a contabilidade seja capaz de revisar margens de lucro, identificar gargalos operacionais e planejar expansões com segurança.

Já no dia a dia da gestão, as principais funções da DRE incluem:

  • Fortalecer relações com instituições financeiras: uma DRE bem estruturada é frequentemente necessária em solicitações de crédito para bancos ou por investidores que queiram avaliar a saúde do negócio.
  • Reduzir riscos e aumentar ganhos: decisões assertivas sobre custos e receitas só podem ser tomadas com base em números reais – exatamente o que a DRE oferece.

Deixar a DRE e a contabilidade de lado, em resumo, é o mesmo que fechar os olhos para gargalos que drenam seu lucro. Você estará, literalmente, abrindo mão de decisões que poderiam colocar sua empresa à frente da concorrência! E em um mercado competitivo, isso é inaceitável.

DRE na Contabilidade: O que é, função, estrutura e como fazer

Qual a estrutura da DRE?

Entender a estrutura da DRE na contabilidade é como decifrar o DNA financeiro da sua empresa. Cada linha tem um propósito específico, e juntas elas oferecem o diagnóstico do que está funcionando e do que precisa de ajustes.

O primeiro passo é crucial: assegurar que todas as informações na Demonstração sigam o Regime de Competência. Isso significa que cada receita ou despesa precisa ser registrada na data em que foi gerada, e não quando o pagamento ou recebimento ocorreu. Acredite: esse detalhe garantirá confiabilidade no relatório.

Abaixo as partes essenciais da DRE, cada uma com uma função estratégica:

1. Receita de vendas

Essa é a linha que reflete o total bruto gerado pelas operações principais da empresa, antes de qualquer desconto ou dedução. Aqui, em outras palavras, estão incluídas venda de produtos, royalties, prestação de serviços, dividendos e recebimento de juros.

Com tudo isso em mãos, torna-se mais prático identificar o desempenho da sua força de vendas e avaliar se a receita está sustentando os custos e despesas.

2. Deduções de impostos

Nesta etapa, os valores reduzidos da receita bruta recebem destaque, como ICMS, ISS e PIS/Cofins. Essas deduções representam, sobretudo, o impacto direto da carga tributária sobre as vendas. 

Sem uma gestão precisa desse ponto, é fácil superestimar o lucro e errar no planejamento tributário.

3. Custos de venda

Aqui entram todos os custos diretamente relacionados à produção de um produto ou realização de um serviço, como o Custo de Produtos Vendidos (CPV), Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) e Custo de Serviços Prestados (CSP). Entre os itens calculados, estão matéria-prima, produção e transporte. 

Essa linha é responsável por ajudar no cálculo da margem bruta, que indica o quanto sobra da receita após cobrir os custos operacionais.

4. Despesas administrativas ou fixas

Divididas entre despesas fixas e variáveis, aqui entram itens como salários, aluguel, marketing, energia, água e manutenção. São custos que, embora necessários, podem ser otimizados para reduzir o peso sobre o resultado final.

5. Despesas financeiras

Registra o custo do dinheiro utilizado na operação, como juros sobre empréstimos, financiamentos e tarifas bancárias. Essa linha, da mesma forma, também é um termômetro de como a empresa está gerenciando seu endividamento e o uso do capital de terceiros.

Pegue como exemplo uma empresa do segmento varejista que recorre a financiamentos para reforçar o estoque durante períodos sazonais, como a Black Friday. Os juros desse financiamento entram diretamente nessa linha da DRE. 

Se não forem planejados com antecedência, esses custos podem consumir boa parte do lucro gerado pelas vendas extras, logo, transformará o que parecia ser uma estratégia lucrativa em prejuízo.

6. IRPJ e CSLL

O Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são tributos que devem ser calculados com rigor! Qualquer erro aqui pode levar a penalidades fiscais ou à perda de oportunidades de redução tributária, como incentivos fiscais ou compensações de prejuízos fiscais acumulados.

7. Resultado líquido na DRE com a contabilidade

A última linha da Demonstração é a que, normalmente, mais interessa aos sócios e investidores. O resultado líquido, em resumo, é obtido subtraindo impostos e taxas do lucro bruto, chegando ao valor final que reflete o verdadeiro desempenho financeiro da empresa em um período específico.

Esse valor pode ser utilizado para financiar novos projetos, realizar investimentos, distribuir lucros entre sócios e acionistas ou até mesmo para programas de participação nos lucros com funcionários. 

Em outras palavras, o resultado líquido é o indicador que mostra se sua empresa está gerando riqueza ou apenas cobrindo custos.

Como fazer a DRE para empresas?

Elaborar a DRE para empresas exige organização, atenção aos detalhes e conhecimento técnico. É um processo que pode ser dividido em etapas práticas, conforme o Artigo 187 da Lei 6.404/1976, para garantir a construção de um relatório confiável e alinhado às normas contábeis. 

Abaixo, explicamos os passos principais para sua elaboração:

  1. Receita bruta: liste o total obtido com vendas de produtos ou serviços, incluindo abatimentos, descontos e impostos incidentes. Este é o ponto de partida para analisar a capacidade de geração de caixa antes de qualquer redução.
  2. Receita líquida: subtraia as deduções da receita bruta para chegar à receita líquida. Este valor já considera ajustes como devoluções e impostos sobre vendas, de modo que serve como base para a apuração do lucro operacional.
  3. Lucro bruto: desconte os custos diretamente relacionados à entrega de produtos ou serviços, como matérias-primas e mão de obra. A diferença entre a receita líquida e os custos gera o lucro bruto, um indicador da eficiência operacional.
  4. Despesas operacionais: inclua os custos administrativos, de vendas e operacionais gerais. Esses gastos, como salários administrativos, aluguel e despesas com marketing, precisam ser organizados para identificar gargalos e reduzir custos.
  5. Resultado operacional: registre receitas e despesas que não estão diretamente ligadas às vendas, como ganhos com ativos ou gastos eventuais. Essa etapa reflete o desempenho antes de custos financeiros e tributários
  6. Despesas financeiras e provisões: insira os custos relacionados a financiamentos, juros e provisões para tributos como IRPJ e CSLL. Esse cálculo é essencial para garantir a conformidade fiscal e evitar inconsistências que possam gerar multas.
  7. Lucro líquido: subtraia todas as despesas e tributos do lucro operacional. Esse valor reflete o verdadeiro desempenho da empresa.

Para fins gerenciais, a DRE pode ser adaptada às necessidades do negócio. Já a versão para cumprimento legal deve seguir o modelo da legislação vigente.

DRE na Contabilidade: O que é, função, estrutura e como fazer

Análise de DRE na contabilidade

Se depois de todas essas informações você ainda está olhando para a DRE como apenas “mais um relatório”, você está subestimando a ferramenta que pode revelar o que realmente sustenta – ou ameaça – o futuro da sua empresa.

Ao realizar uma análise da DRE com a contabilidade, é possível fazer o que todo negócio precisa para crescer: transformar dados em insights estratégicos. Parece simples, mas é algo que mudará sua perspectiva de negócio em alguns meses.

Análise horizontal

A análise horizontal permite acompanhar a evolução financeira de uma empresa ao longo do tempo, destacando aumentos ou reduções em contas específicas. Ao comparar os mesmos indicadores em períodos diferentes, como receitas, custos ou despesas, ela oferece uma visão clara sobre tendências de crescimento ou possíveis problemas, como valores fora do padrão.

Por exemplo, se uma despesa administrativa cresce de forma desproporcional em relação ao faturamento, isso pode ser um sinal de ineficiência que exige atenção.

Outra vantagem é que ela não se limita à análise interna. É possível comparar a evolução da empresa com a de concorrentes ou com a média do setor. Isso permite entender se o desempenho está alinhado ao mercado ou se há espaço para ajustes e melhorias.

Análise vertical

A análise vertical é uma técnica que avalia a proporção de cada item da DRE em relação à receita líquida. Ao calcular o percentual representado por custos, despesas ou impostos no total do faturamento, a também conhecida “análise de estrutura” identifica rapidamente quais fatores estão consumindo mais recursos e impactando o lucro.

Imagine que, no seu negócio, as despesas operacionais representam 40% do faturamento bruto em um período. Isso indica que quase metade da receita está sendo absorvida por esses custos, de forma que, o melhor a se fazer é elaborar um plano de ação imediato para reduzir gastos ou otimizar processos.

Além disso, a análise vertical também pode ser usada para examinar o impacto de dívidas e investimentos no patrimônio líquido, ou até para entender a porcentagem de receitas ainda a receber. Na prática, essa perspectiva ampla ajuda gestores a ajustar estratégias financeiras e patrimoniais de forma mais assertiva.

Ponto de equilíbrio na DRE e na contabilidade

O Ponto de Equilíbrio representa o volume de vendas necessário para que a sua empresa cubra todos os seus custos e despesas, sem gerar lucro, mas também sem incorrer em prejuízo. 

Em termos práticos, é a linha que separa a sustentabilidade do risco financeiro.

Este cálculo é especialmente útil para definir estratégias de precificação e vendas. Só para ilustrar: ao determinar quanto um produto deve custar ou quantas vendas realizar para cobrir despesas fixas e variáveis, a gestão pode planejar metas realistas.

Da mesma forma, conhecer o ponto de equilíbrio permite ajustar margens de lucro conforme os objetivos da empresa. Uma organização que busca competir mais agressivamente no mercado, por exemplo, pode reduzir sua margem, desde que ainda opere acima desse ponto crítico. 

Por outro lado, essa informação é uma ferramenta poderosa na hora de atrair investidores. Isso porque ela demonstra com clareza a viabilidade e a rentabilidade do negócio.

Retorno Sobre as Vendas (RSV)

Também chamado de Margem de Lucro (ML), o Retorno Sobre as Vendas (RSV) mede o quanto do faturamento total da empresa é convertido em lucro líquido. Esse indicador é representado como um percentual e oferece uma visão direta da eficiência operacional do negócio.

A fórmula utilizada é: RSV = (Lucro Líquido ÷ Receita Total) x 100.

Suponha que uma empresa tenha registrado um faturamento de R$ 200 mil em um período. Após deduzir custos e impostos, o lucro líquido registrado foi de R$ 30 mil. O cálculo do RSV seria:

RSV = (30.000 ÷ 200.000) x 100 = 15%

Isso significa que, a cada R$ 100 faturados, R$ 15 permanecem como lucro líquido para a empresa.

Esse índice, de acordo com a análise horizontal, revela se a empresa está conseguindo converter as vendas em resultados positivos e pode ser analisado ao longo do tempo para entender se a lucratividade está aumentando ou diminuindo. 

Já na análise vertical, ele indica o peso do lucro líquido dentro da estrutura de receitas, permitindo identificar quais fatores podem estar reduzindo os ganhos.

Motivos para usar a DRE na contabilidade de empresas

Se seus resultados ainda te surpreendem no final do mês – positivamente ou negativamente – está na hora de levar a DRE a sério. Ela é fundamental para você parar de reagir e começar a agir com estratégia. Aqui estão os principais motivos para utilizá-la:

  1. Diagnóstico completo do negócio: ao perceber que um produto está apresentando resultados estáveis por vários períodos, a análise da DRE pode indicar a necessidade de diversificação para evitar a dependência de uma única linha de produtos. Basicamente, ela revela o que os números não dizem!
  2. Correção de gargalos operacionais: ao detalhar os gastos, a DRE destaca áreas problemáticas, como despesas administrativas desproporcionais ou custos extras que não estão diretamente relacionados à produção. Esses insights permitem ajustar processos, reduzir desperdícios e otimizar a aplicação de recursos, razão pela qual ela é indispensável para gestores que buscam maior eficiência.
  3. Facilitação na captação de investimentos: a DRE é o documento que pode provar que seu negócio é organizado e transparente, fatores essenciais para atrair capital. Imagine a situação inversa: você investiria em um negócio que não consegue demonstrar com precisão sua saúde financeira? A DRE, em outras palavras, mostra a solidez do empreendimento e abre portas para novas oportunidades de crescimento.
  4. Avaliação e projeção estratégica: a DRE ajuda a estabelecer metas realistas, definir pontos de melhoria e, por consequência, desenvolver estratégias sustentáveis que impulsionam a operação a longo prazo. Podemos dizer que ela é o ponto de partida para decisões financeiras bem fundamentadas e estratégicas.

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Conclusão

Se a sua empresa não usa a DRE como uma ferramenta estratégica, você está apenas “achando” que sabe onde está indo. A DRE é como o código que ajuda a diagnosticar a saúde da sua empresa, identificar gargalos, corrigir falhas operacionais e até atrair investimentos. Tudo isso olhando para números sólidos e análises precisas.

Com ela, é possível ajustar margens de lucro, entender o impacto de custos e tributos, revisar estratégias de precificação e garantir que cada decisão esteja ancorada em dados confiáveis – não em suposições.

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