A Reforma Tributária em andamento no Brasil promete simplificar e modernizar nosso complexo sistema de tributos sobre consumo. Ela unificará diversos impostos federais, estaduais e municipais em apenas dois tributos principais (CBS e IBS), eliminando gradualmente cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) até 2033.
Reforma Tributária sancionada: vetos, impactos e possíveis ajustes
Essa mudança é necessária! Segundo dados do Banco Mundial, uma empresa de médio porte no Brasil gasta em média 2.600 horas por ano apenas para cumprir obrigações tributárias, reflexo de um dos sistemas mais complexos do mundo.
A proposta da reforma é reduzir essa complexidade, mas a transição em si trará grandes desafios operacionais. E no centro desses desafios está a tecnologia: mais especificamente, o sistema ERP (Enterprise Resource Planning) de cada empresa, que precisará ser profundamente ajustado para atender às novas regras.
O desafio tecnológico da reforma tributária
Implementar a reforma não é apenas uma questão tributária ou jurídica – é um desafio tecnológico e de processo. A transição será longa, com um período de convivência entre o modelo tributário atual e o novo modelo unificado. Em 2026, inicia o período de testes: notas fiscais destacam CBS e IBS simbolicamente, enquanto os tributos antigos continuam sendo aplicados.
Ou seja, as empresas terão dois modelos de apuração em paralelo, exigindo atualização de softwares, reorganização de processos e capacitação da equipe. A partir de 2027, alguns tributos antigos serão extintos de vez (como PIS e Cofins) e a CBS passa a valer em caráter definitivo. Depois, entre 2029 e 2032, o IBS (imposto estadual/municipal) vai gradualmente substituindo ICMS e ISS até a adoção plena do novo sistema em 2033.
Em termos práticos
Seu ERP precisará lidar com duas lógicas tributárias simultaneamente durante boa parte dessa transição. Não será viável calcular tudo manualmente ou em planilhas paralelas – a complexidade é grande demais para processos manuais darem conta. Por exemplo, já em janeiro de 2026, se sua nota fiscal eletrônica não conter os novos campos de CBS e IBS exigidos pela Receita, ela será rejeitada pelo sistema governamental. Ou seja, até o final de 2025 seu ERP e sistemas fiscais precisam estar atualizados para emitir notas dentro do novo layout. As autoridades fiscais vêm publicando Notas Técnicas com esses ajustes de layout e regras, e é fundamental acompanhá-las de perto.
Além dos campos de nota fiscal, haverá mudanças nas regras de cálculo dos tributos, na forma de apuração (créditos amplos, não cumulatividade total), novos prazos de obrigações acessórias e integrações com sistemas do fisco em tempo real. Um ERP desatualizado ou mal parametrizado corre sério risco de calcular impostos incorretamente ou de falhar no cumprimento de novas obrigações, resultando em autuações, multas ou indisponibilidade para operar.
Por outro lado, com a tecnologia bem ajustada, a empresa ganha agilidade e segurança: um ERP robusto e bem estruturado pode automatizar o cálculo correto dos novos tributos com base nas alíquotas e regras definidas pela reforma, mantendo suas tabelas de taxas sempre atualizadas e até integrando-se aos sistemas da Receita para facilitar o envio de informações e o acompanhamento da situação fiscal. Em suma, o sistema de gestão passa a ser o coração da conformidade tributária na empresa – se ele estiver preparado, a transição torna-se muito mais tranquila; se não estiver, pode virar um pesadelo.
Como preparar sua empresa (e o ERP) para a reforma
Apesar de as principais mudanças entrarem em vigor somente em 2026, as empresas devem agir desde já para preparar seus processos e sistemas, evitando improvisos de última hora. Abaixo, listamos quatro passos fundamentais para uma adaptação bem-sucedida do ponto de vista tecnológico e de negócios:
Mapeie os impactos e requisitos da reforma:
Antes de qualquer mudança no sistema, é preciso compreender a fundo o que a Reforma Tributária traz de novo. Diagnostique o cenário atual da sua empresa: identifique os tributos que incidem sobre seus produtos e serviços hoje (PIS, Cofins, ICMS, ISS, IPI etc.), mapeie os regimes especiais e incentivos que você utiliza e avalie como cada um será afetado. Em paralelo, acompanhe as legislações complementares, Notas Técnicas e decretos que detalham a implementação do CBS, IBS e IS.
Esse mapeamento regulatório é um passo fundamental para identificar onde seu ERP e seus processos precisarão de ajustes. Por exemplo, se a sua operação envolve benefícios fiscais que serão eliminados, ou se você vende para outras regiões (origem/destino), tudo isso deverá ser considerado no sistema e nas regras de negócio. Conhecer a legislação evita surpresas e permite planejar as alterações com antecedência.
Atualize e parametrize o ERP conforme as novas regras:
Com os pontos de atenção mapeados, o próximo passo é colocar a mão na massa no seu sistema. Verifique se o ERP está na versão mais recente disponibilizada pelo fornecedor – muitos fabricantes de software estão liberando updates para adequação à reforma. Em seguida, realize as configurações (parametrizações) necessárias: incluir os novos tributos CBS e IBS na estrutura tributária do sistema, configurar suas alíquotas (mesmo que iniciais simbólicas), fórmulas de cálculo e regras de incidência conforme previsto em lei.
Também será preciso criar novas contas contábeis para contabilização desses tributos, ajustar o plano de contas se necessário, e atualizar relatórios gerenciais para refletir a nova segregação de impostos. Não esqueça da emissão de documentos fiscais: além de adequar os campos das NF-e/NFS-e, configure o ERP para gerar corretamente os arquivos de obrigações acessórias conforme forem sendo redefinidas.
A ideia é que o ERP reproduza fielmente o novo modelo tributário dentro de casa, garantindo que cada nota emitida, cada apuração realizada, já saia conforme as normas. Lembre-se: nossa legislação sofre atualizações constantes, então o ERP precisará dessa flexibilidade contínua para se adaptar rapidamente e manter a conformidade. Parametrizar corretamente o sistema com novas alíquotas, regras de cálculo e regimes tributários é o único caminho para enfrentar a complexidade sem cair em erro.
Teste exaustivamente e simule cenários:
Com o ERP parametrizado, é hora de testar antes do “go live” da reforma. Use 2025 como laboratório: rode simulações internas, emita notas fiscais no ambiente de homologação com CBS e IBS destacados e confira todos os cálculos, garantindo que em 2026 os valores se compensem corretamente com os tributos antigos. Simule também suas apurações mensais: como ficaria o saldo de créditos e débitos tributários sob as novas regras versus as atuais? Esse exercício de dual test ajuda a identificar divergências de lógica e ajustar parâmetros antes que haja dinheiro em jogo.
Além disso, projete impactos financeiros: analise se a carga tributária efetiva vai aumentar ou diminuir para seus produtos/serviços e qual será o impacto nas margens de lucro e preços praticados. Assim, você evita surpresas no caixa da empresa e pode até redefinir estratégias (como políticas de preços ou de compras) com antecedência. Outra frente de teste importante é verificar a integração do ERP com os órgãos governamentais – por exemplo, certifique-se de que os novos campos das notas estão sendo transmitidos corretamente ao SEFAZ e que os recibos de retorno são processados sem erros. Testes robustos agora são a garantia de uma transição suave depois, então envolva as equipes de TI e Fiscal nesse processo de validação.
Capacite sua equipe e fortaleça a governança:
Além disso, de nada adianta ter sistemas ajustados se, simultaneamente, as pessoas não estiverem preparadas. Por isso, invista em treinamento das equipes envolvidas — fiscal/contábil, TI, faturamento e outras — para que compreendam plenamente as mudanças trazidas pela Reforma. Todos precisam entender os novos conceitos (como não cumulatividade ampla, crédito financeiro, tributo no destino, etc.) e saber como isso se reflete no ERP e nos processos diários. Uma equipe bem treinada terá mais facilidade em acompanhar a transição dentro do sistema e garantir o compliance nas rotinas.
Paralelamente, reforçe a governança do projeto de adequação: defina responsáveis por acompanhar as atualizações legais ao longo dos próximos anos (pois novas instruções normativas sairão até 2033), mantenha um canal aberto com seu fornecedor de ERP ou consultoria para receber patches e orientações, e monitore periodicamente se as apurações e obrigações acessórias estão sendo entregues corretamente no novo formato.
A transição completa levará vários anos, portanto estabelecer uma gestão contínua desse programa de mudança tributária é fundamental. Empresas que estruturam uma boa governança – com comitês internos, cronogramas de ação por departamento e acompanhamento executivo – largam na frente e transformam um processo complexo em oportunidade de melhoria organizacional.
Conte com um parceiro especialista nessa jornada
Preparar toda essa mudança pode parecer uma missão hercúlea, especialmente para empresas que já têm estruturas complexas e múltiplos sistemas. Mas a boa notícia é: você não precisa enfrentar esse desafio sozinho. Com o parceiro certo ao seu lado, é possível navegar pela Reforma Tributária de forma segura, ágil e até aproveitar para melhorar processos. Este é o momento de contar com uma consultoria especializada tanto em legislação tributária quanto em sistemas ERP, que possa atuar como guia nessa jornada.
A Planning
Somos reconhecidos por nossa expertise em contabilidade e tributos dentro dos principais ERPs do mercado, abrangendo plataformas como SAP, Oracle, TOTVS, Microsoft Dynamics, entre outras. Isso significa que conseguimos traduzir as novas exigências legais diretamente em configurações eficazes no seu ambiente de ERP, qualquer que seja ele.
Nosso time multidisciplinar (tributaristas, contadores, consultores de TI) já vem acompanhando de perto cada detalhe da Reforma Tributária – das Emendas Constitucionais às Notas Técnicas. Estamos preparados para antecipar impactos e desenhar soluções sob medida para o seu negócio.
Gostamos de dizer que atuamos como aquele herói habilidoso nos bastidores: trabalhamos de forma astuta e inteligente para salvar sua empresa de contratempos fiscais e garantir que tudo funcione corretamente quando as mudanças entrarem em vigor.
Do diagnóstico inicial até os testes finais, estaremos ao seu lado conduzindo a adaptação do seu ERP. Isso inclui mapear processos críticos, configurar o sistema nos mínimos detalhes, validar resultados e orientar sua equipe durante toda a transição, dando à sua empresa a tranquilidade de estar em conformidade e pronta para o futuro. Acima de tudo, nosso objetivo é que você possa focar no que realmente importa — ou seja, a estratégia e o crescimento do seu negócio — enquanto, paralelamente, nós cuidamos para que a engrenagem tributária e tecnológica funcione de forma contínua e sem falhas.
Conclusão
Novas regras começam já em 2026. Sua empresa está pronta? Se você ainda tem dúvidas sobre como adequar o ERP ou quer uma avaliação especializada do seu nível de preparação, estamos à disposição.
Entre em contato conosco para agendar uma conversa comercial sem compromisso. Será um prazer entender as necessidades do seu negócio e mostrar como a Planning pode ser a parceira confiável. Seremos seu parceiro nessa mudança, garantindo uma transição sólida, segura e bem-sucedida. Vamos juntos transformar a Reforma Tributária de um obstáculo em uma oportunidade de evolução!
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